TDAH ou THC?

TDAH OU THC? EIS A QUESTÃO

Desejo que esteja bem, caro leitor (a).

Hoje abordaremos um assunto com uma polêmica de relevância aos amantes da molécula extraída da planta Cannabis, o THC (delta-9-tetrahidrocanabinol). Por favor não se sintam ofendidos, mas a verdade seja dita, existem sim seus efeitos colaterais.


Hoje em dia vivemos uma suposta epidemia de TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade). Os sintomas que são comuns nesse transtorno ultimamente têm sido observados em contextos do cotidiano, devido aos agitos das atividades rotineiras, acúmulo de funções, estresse, ansiedade; dentre outros que causam lapsos de memórias, desatenção, irritabilidade, comportamentos impulsivos e agitação.

Portanto deixo como sugestão antes de cair na moda do auto diagnóstico de TDAH, tenha ajuda de um profissional para um diagnóstico verdadeiro.


O TDAH em geral é encontrado em crianças em idade pré-escolar; se mostram agitadas, com uma grande dificuldade de concentração, devidos aos seus pensamentos hiperativos. As crianças com TDAH vivem em seu próprio mundo. Muitos dizem que são “avoados”, com destaque nos meninos, pois a hiperatividade e impulsos são muito mais frequentes (muitos até tem um diagnóstico com apelido de “bicho carpinteiro”, pois literalmente não conseguem parar sentados e manter a atenção), refletindo na função cognitiva e comportamental deste paciente.


Já na vida adulta, segundo a Associação Brasileira de Déficit de Atenção, 60% das crianças com TDAH irão trazer um ou mais dos sintomas; em geral são desatenção, hiperatividade e impulsividade, em menor número de episódios ou intensidade em comparação ao período infantil ou adolescência.


Agora falando sobre a molécula THC, a qual costuma ser alvo frequente de preconceitos, especulações e questionamentos e que tem sim um grande benefício em atuação com o nosso sistema endocanabinoide (SEC), eu diria que é até indispensável inclusive para o próprio tratamento de TDAH. O THC possui ação relaxante, ansiolítica e indutora do sono, principalmente quando esperamos por uma resposta da planta “por completo”.

 

Essas formulações são conhecidas como Full Spectrum, ou seja, o problema não está no THC e sim na dosagem que causa toxicidade no sistema nervoso central. Isso ocorre geralmente nos casos onde o consumo da cannabis é proveniente de plantas onde não conhecemos a origem; os famosos prensados ou até flores, mas que não sabemos a quantidade de THC encontrada na planta.


Segundo um artigo da Endocannabinoid Global Academy, quando consumido em altas doses, os efeitos colaterais mais graves do THC incluem crise de ansiedade e ou pânico, alucinações geralmente auditivas (ouvir vozes) e em raríssimas ocasiões psicose que são temporárias e de fácil manejo. Já em maior frequência e menor intensidade outros efeitos colaterais são taquicardia, lapsos de memória, desatenção, falta de foco.

 

Tais sintomas se assemelham muito ao quê, meu caro leitor (a)? acertou se disse TDAH.


Não é nada raro vermos casos onde pessoas que fazem uso de cannabis sem uma dosagem estabelecida ou desconhecimento de porcentagem de THC, sofrerem esses sintomas e isso sim pode gerar uma dúvida: TDAH ou THC? Por que será que esses sintomas estão acontecendo?


Falhas neurológicas comportamentais, como esquecimentos frequentes, perder objetos no mesmo lugar de sempre, confundir datas, pensamentos invasivos e agitados, sobrecarga de atividades por achar que vai dar conta, iniciar diversas tarefas e não concluir… Todos esses sintomas estão relacionados tanto a patologia quanto à neurotoxicidade.  

Então, sendo assim, realmente fica um pouco difícil saber se o problema é o TDAH ou o THC.


Como melhor dica que eu posso dar a você caro leitor (a), que tem seu romance com o THC, faça um acompanhamento clínico com o médico e uma equipe multidisciplinar para melhor atender às suas necessidades. Inicie seu tratamento com uso medicinal da cannabis por outras vias, como gotas sublinguais ou encontre flores com porcentagem de CBD e THC equilibrados de origem e com laudos de qualidade. Hoje existe essa maravilhosa possibilidade.


Talvez a princípio a sensação seja diferente por não presenciar a euforia característica do THC, mas certamente se o seu caso for uma intoxicação pela molécula, em poucos dias sentirá uma grande melhora na qualidade de vida relacionado aos sintomas, se beneficiando com o bem estar que a Cannabis oferece.


Novamente enfatizo que o THC não é o vilão da história. Ele é indispensável para diversos tratamentos devido a sua ótima eficiência espasmódica, relaxante muscular, indutor do sono, potente analgésico, ação antitumoral, regulador do apetite, dentre outros.


Aos colegas da saúde médicos e odontologistas prescritores deixo minha atenção; não exclua de seu arsenal terapêutico o potencial da molécula THC por insegurança, ainda mais quando o efeito comitiva é indicado em seus pacientes.

O manejo clínico dos efeitos colaterais é relativamente simples, muitas vezes melhoram horas após a suspensão da medicação; logo que o potencial de ação diminui.

Com todas essas informações em mãos podemos tomar as seguintes decisões:
– Descobrir se realmente tem o diagnóstico de TDAH.
– Realizar mudanças de hábitos e acompanhamento com uma equipe de saúde que saiba lidar com a doença, lembrando que se trata de um fator neurocomportamental que exige isso.
– Principalmente buscar a Cannabis Medicinal nas melhores doses e apresentações possíveis e produtos certificados e referenciados.


Desejo a você leitor (a), uma vida bem vivida.


Referências:
tdah.org.br (Associação Brasileira de Déficit de Atenção)
wecann.academy (Endocannabinoid Global Academy)

Compartilhe nas mídias:

Comente o que achou: