MEDICINA INTEGRATIVA

MEDICINA INTEGRATIVA E CANNABIS, UMA VERDADE PRÓSPERA

O tema dessa próxima leitura diz respeito à medicina integrativa e cannabis, em um cenário que pode ser uma realidade nos dias atuais.

Vamos iniciar definindo o que é medicina integrativa. A organização Mundial da Saúde (OMS) utiliza a denominação de medicinas tradicionais, complementares e integrativas (MTCI) para relacionar práticas que são baseadas em diversas linhas terapêuticas e que buscam promover saúde para a população de uma maneira integral. A medicina integrativa é formada por experiências culturais, ancestrais, naturais e tradicionais com o intuito de promover saúde. Sua prática está mais relacionada à história ancestral, passado, experiências vividas pela comunidade e população de cada região do planeta.

Existem algumas práticas de saúde que não se enquadram na medicina tradicional ou convencional de um determinado país ou região, mas mesmo assim integra o sistema de saúde com o intuito de melhorar a qualidade de vida das pessoas.

O termo “medicina integrativa” foi adicionado à OMS em 2017, quando foi notado que em algumas abordagens convencionais e complementares de forma coordenada promoviam melhora do quadro clínico do paciente, que era cuidado de uma forma holística; tendo como definição a palavra holística o tratamento que cuida do indivíduo como um todo, ou seja, corpo, mente, espírito, emoções, estados funcionais, sociais e comunitárias tudo que está relacionado à vida completa do paciente.

Assim, uma pessoa que é tratada em medicina integrativa tem o cuidado completo, não apenas um olhar sobre a doença. Isso diz muito hoje em dia no qual a população se encontra cada vez mais doente, com vários sintomas, várias dores e muitas vezes o máximo que recebe é um encaminhamento a outra especialidade, outra alopatia e assim segue em um ciclo sem fim.

Dificilmente um profissional consegue assumir com integralidade o cuidado sobre aquele paciente. Muitas vezes podemos questionar se algumas práticas da medicina promovem a saúde ou a doença. No Brasil temos a Coordenação Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, do Ministério da Saúde do Brasil (CNPICS/MS). Este órgão fica responsável por analisar estudos que utilizam técnicas como acupuntura, auriculoterapia, meditação, plantas medicinais e fitoterapia, práticas corporais da Medicina Tradicional Chinesa e yoga no cuidado complementar de indivíduos com hipertensão, fatores de risco para doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes mellitus, depressão e ansiedade.

O médico ou odontólogo que trabalha com medicina integrativa, junto com o tratamento à base de cannabis, fazendo uma melhor investigação, uma anamnese completa sobre o histórico, os hábitos e condições, colocando o paciente no lugar de protagonismo sobre a sua saúde poderá propor outras linhas de tratamento, as quais o paciente tenha maior afinidade, com o intuito de gerar uma melhora na qualidade de vida.

Para ilustrar melhor como seria um atendimento em medicina integrativa e com derivados de  cannabis, vou criar aqui um exemplo dentre inúmeras opções possíveis. “Paciente Ana Maria Joana de 37 anos, sofre hoje de crises de ansiedade, insônia, dores nas costas e dificuldade de socializar pós pandemia. Realizada uma anamnese bem sucinta, seu médico descobriu alguns pontos que podem ser melhorados com uma atividade física coletiva regular, ajuste de alimentação, alongamentos, uso correto dos derivados da cannabis e reavaliações semanais com a equipe multidisciplinar.”

“Assim segue como prescrição médica: aulas de yoga 2x na semana, meditação diária por 10 minutos, uso de flores de CDB in Natura, por via vaporizada três vezes ao dia, refeições de qualidade adaptadas a sua realidade social e exames laboratoriais para confirmar as possíveis hipóteses diagnósticas e melhor avaliação do estado atual. Tudo isso com o intuito de melhorar expressivamente a qualidade de vida de Ana, não apenas tratar os sintomas que veio reclamando.”

Confesso a você, caro leitor (a) que eu ficaria muito animado com uma receita médica dessa! E você? Sabendo que o Brasil é um país de referência mundial em práticas integrativas devido conter ao menos 30 modalidades terapêuticas no SUS como reiki, musicoterapia, yoga, hipnose, medicina chinesa, acupuntura, etc, somada a toda evolução científica da medicina canábica, deixo aqui minha pergunta, esse encontro é ou não uma verdade próspera?

Vivemos um cenário de guerra fria diante do uso medicinal da cannabis. Por conta de preconceitos que estão enraizados, muitas críticas e confirmações científicas são exigidas para o início de uma terapia com fitocanabinoides, mas deixamos de levar em conta que tal medicação é mais segura que muitos analgésicos por exemplo; devido todos os riscos de intoxicação neural, sobrecarga hepática ou renal.

Despertar-se para a realidade e buscar cada vez mais segurança e conhecimento sobre o uso da maconha como linha de tratamento é inegável, mas ser capaz de utilizá-la de boa maneira para diversas doenças é uma realidade que deve cada dia mais ser colocada em prática para o bem da humanidade.

Leandro Rodrigues de Andrade Enfermeiro, Neurocientista pós graduado em Oncologia Atuante em Saúde Integrativa e Medicina Canábica

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