Maconha, djamba, erva, ganja, cabrobró, o verde; a cannabis é conhecida de várias maneiras pelo país, mas trata-se de uma única planta, utilizada a mais de 5.000 mil anos pela humanidade.
Hoje vou falar sobre a planta de uma forma diferente, vamos conversar por camadas, partes, vamos dichavar o tema para tentar entender um pouco mais sobre a cannabis. Buscarei ser didático, partindo do princípio do entendimento.
A cannabis é dividida em três principais variabilidades, são elas:
Sativa: uma planta alta, podendo ter mais de dois metros de altura, com folhas compridas e finas, abertas, com mais espaços entre os nós.
Indica: Mais baixas e compactas com folhas mais largas e densas, poucos espaços entre os nós.
Ruderalis: Essa foi menos estudada, pelo fato de ter sido descoberta a pouco tempo, porém o que se sabe é que ela é mais resistente e ainda menor que a Indica. Suas folhas e flores não são tão exuberantes quanto os outros tipos, porém ela tem um diferencial que as outras não possuem e que a torna única, ela tem a capacidade de florescer independente do tempo que leve entre o nascer e o pôr do sol. Isso quer dizer que se ela ficar todo o ciclo apenas recebendo luz, ela irá crescer, vegetar e florescer.
Hibrida: Surge a partir do cruzamento de duas espécies de cannabis diferentes, isso é feito com o objetivo de melhorar, ou aumentar, alguma característica da planta; como densidade, quantidade, aroma, canabinoides. Utilizando essa técnica foi possível aumentar a quantidade de CBD e diminuir a quantidade de THC até chegar nos níveis aceitáveis por lei, por exemplo.
Cânhamo: Tipo de Cannabis sp. que não é cultivada para uso medicinal, mas utilizada para produção de fibra, celulose, plástico, tecido, combustível e alimento.
Land Race: Podemos também chamá-las de nativas. Land Race é uma variedade de cannabis adaptada ao clima de determinada região. No Brasil podemos citar a manga rosa, por exemplo.
Sobre os componentes anatômicos da planta, também existem nomenclaturas específicas:
Os componentes primários para a planta, ou seja, aquilo que é essencial para ela viver são: semente, raízes, tronco, galhos, folhas, fibra, clorofila, flores, etc.
Fan Leaf: são as folhas responsáveis pela fotossíntese e respiração.
Sugar Leaf: folhas de açúcar; são as folhas que ficam mais próximas das flores, cheias de tricomas.
Flor: formada pelo conjunto de microflores, pistilos e tricomas.
Top bud: ou inflorescência; é o conjunto de flores formada no topo do galho mais alto.
Os metabólitos secundários são todos os compostos que estão nos tricomas, que também são essências para a planta, pois eles além de proteger também dão a distinção entre as plantas. Isso pode ser observado no sabor, cor, cheiro e outros fatores que possam diferenciar uma das outras, também chamado de quimiotipo (chemotype).
A cannabis é usada no Brasil por causa do seu metabólito secundário, ou seja, pelos tricomas e pelo que tem dentro deles. Localizado na superfície da flor, todos os pontinhos cristalizados, também chamado de resina, possuem uma esfera na ponta e dentro estão os canabinoides, flavonoides, terpenos, perfil fotoquímico, etc.
Além de toda essa versatilidade e formas de uso, a cannabis também é uma planta biorremediadora, ou seja, tudo o que a planta é exposta durante o processo de cultivo, será absorvido e concentrado nos tecidos foliares e flores da planta. Para exemplificar, o cânhamo já foi utilizado para absorver radiação em solo contaminado em acidente nuclear.
Por hoje, é isso Te vejo a próxima sessão!