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A artrite reumatoide é considerada como uma condição que causa dor crônica através de mecanismos inflamatórios que agem de forma sistêmica, ou seja, afetam diferentes articulações ao longo do corpo. A origem desta patologia ainda não é completamente conhecida, mas sabe-se que existem fatores genéticos e epigenéticos associados ao desenvolvimento do problema, conforme aponta o estudo publicado na revista científica “Nature”. Os processos inflamatórios que causam as dores articulares são caracterizados por momentos de fase aguda, quando a dor está presente e fase de remissão, quando há ausência de dor.
Os pesquisadores ainda não descobriram um medicamento ou terapia capaz de curar o paciente com artrite reumatóide. O que se faz é um controle dos sintomas objetivando uma melhor qualidade de vida. Estudos investigativos devem ser estimulados a fim de que se possa ter mais clareza sobre os mecanismos que promovem esta condição de saúde que acomete cerca de 2 milhões de brasileiros e em torno de 1% da população mundial.
Os indivíduos com artrite reumatoide costumam se queixar de fortes dores, rigidez, aumento da sensibilidade localizada e inchaço nas articulações. Os sintomas tendem a iniciar em articulações menores e mais periféricas, como mãos e pés. Com a piora do quadro clínico, os indivíduos acometidos pela condição podem sentir dores em articulações maiores internas ao corpo. Com a persistência inflamatória podem ocorrer deformidades nas articulações.
Um número considerável de pessoas também relatam problemas que vão além das articulações, podendo atingir em algum grau outros órgãos do corpo, como os olhos, pulmões, coração, rins, medula óssea, tecido nervoso, tecido conjuntivo e as estruturas do sistema linfático.
O médico reumatologista irá avaliar o relato do paciente sobre o histórico médico, há quanto tempo sente dores e qualquer outra informação que possa auxiliar no diagnóstico diferencial por parte do profissional.
Adicionalmente à avaliação dos sintomas físicos do paciente, o médico poderá pedir análises laboratoriais guiadas por marcadores bioquímicos, como o VHS, PCR e o anti-CCP). O teste VHS é utilizado para calcular a velocidade de sedimentação das hemácias; o PCR serve para identificar a proteína C; o anti-CCP é um anticorpo antipeptídeo citrulinado cíclico com maior sensibilidade para o fator reumatóide.
Paralelamente aos testes laboratoriais e estudo de relato de caso, o médico também poderá solicitar radiografias das articulações, uma vez que ao longo do tempo é possível perceber diminuição da densidade dos ossos próximo das articulações (desmineralização periarticular). Com a destruição da cartilagem ocasionada pela inflamação recorrente é possível identificar, através de imagem, diminuição da distância entre os ossos da junta, caracterizando em estreitamento articular.
Exames genéticos também podem ser utilizados para que se tenha um diagnóstico mais preciso.
O tratamento convencional é realizado através da administração de corticoides e anti-inflamatórios não esteroides, objetivando melhora dos sintomas, principalmente a dor e processos anti-inflamatórios. A questão é que estes fármacos não agem na origem do problema. O que acontece é alívio momentâneo dos sintomas, porém associado a efeitos colaterais que vão desde náusea, fadiga e ganho de peso até danos oculares, danos na medula óssea e redução de eritrócitos.
Um estudo publicado por Blake e sua equipe em 2016, na revista científica Rheumatology, 58 participantes de pesquisa com diagnóstico para artrite reumatoide foram divididos em dois grupos. No grupo controle, tratado com placebo, foram alocados 27 participantes. No grupo de tratamento foram alocados 31 indivíduos que receberam canabidiol. Os pesquisadores perceberam uma melhora nos relatos associados às dores nas articulações por parte dos 31 indivíduos que receberam o CBD. Os participantes também relataram melhorias na qualidade do sono e redução do cansaço. Duas pessoas relataram efeitos colaterais, mas ainda assim os benefícios superam os malefícios causados nestes dois casos.
Sabe-se que o Canabidiol pode ter ação agonista e antagonista nos receptores CB1 e CB2. Quando há ativação dos receptores CB2, há redução do recrutamento de células do sistema imunológico, reduzindo a atividade autoimune característica da artrite reumatoide. Por outro lado, a inativação dos receptores CB1 através da ação antagonista inibe resposta inflamatória. Em outras palavras, o Canabidiol (CBD) age como um anti-inflamatório natural nos sintomas inflamatórios característicos da doença e consequentemente redução da dor. Neste caso, a pessoa pode esperar redução dos quadros inflamatórios, redução da dor e dos inchaços, podendo melhorar inclusive a qualidade das noites de sono e qualidade de vida de forma geral.
Se você tem interesse nesta alternativa natural e gostaria de iniciar a sua terapia com os fitocanabinoides (entre eles o CBD), você deve agendar uma consulta com médicos que conheçam sobre os efeitos medicinais destes compostos.
O médico irá avaliar o seu caso e poderá prescrever o melhor tratamento para você. De acordo com a RDC Nº 660 DE 30/03/2022 da ANVISA, apenas um profissional da saúde habilitado pode prescrever produtos canabinoides.
Fonte adaptada: Hospital Sírio-Libanês; Cannabis&Saúde